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Veja cuidados com a higiene íntima para evitar infecções vaginais


Médica explica como alguns hábitos no dia a dia são importantes para prevenir complicações

Cuidados com a higiene íntima feminina são importantes para prevenir infecções Cuidados com a higiene íntima feminina são importantes para prevenir infecções Imagem: Nazarkru | Shutterstock

As infecções na região vaginal estão entre as queixas mais frequentes entre as mulheres que procuram assistência ginecológica. Esses problemas podem ser acompanhados de sintomas como secreção, irritação, coceira e sensação de queimação, pois são causados por microrganismos como candidíase, vaginose bacteriana e tricomoníase.

Embora sejam frequentes, alguns hábitos e cuidados com a higiene íntima podem desempenhar um papel crucial na prevenção dessas infecções. Isso porque a prevenção delas é crucial, não apenas para evitar desconfortos e sintomas desagradáveis, mas também para prevenir complicações mais graves.

Cuidados com a higiene íntima

A Dra. Adriana Campaner, líder da comissão de Trato Genital Inferior da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), ressalta que existem medidas simples que as mulheres podem adotar para garantir uma higiene adequada.

“A primeira é em relação à limpeza. Quando for ao toalete, limpe sempre de frente para trás e, ao evacuar, prefira realizar uma lavagem ou utilizar lenços umedecidos neutros, como aqueles próprios para bebês, limpando a área para remover os resíduos de fezes e bactérias. Na hora da limpeza, evite utilizar sabonetes muito perfumados, pois esses podem irritar a região. Se possível, utilize produtos específicos para higiene íntima, pois eles podem ser utilizados todos os dias”, ressalta a médica.

Há uma variedade de produtos de higiene íntima disponíveis no mercado, e é recomendável que as mulheres optem por aqueles produzidos por laboratórios farmacêuticos conhecidos. “É importante ter cautela, pois muitos desses produtos contêm fragrâncias intensas, o que pode resultar em irritação, alergias, coceira e até mesmo lesões na pele se utilizados inadequadamente”, alerta a Dra. Adriana Campaner.

Motivos do odor vaginal

A falta de higiene pode resultar em odor vaginal e desconforto, especialmente porque na região da vulva. Mesmo na ausência de infecção vaginal, há produção de glândulas de suor e gordura, além de uma proliferação bacteriana. Os pelos longos também podem contribuir para esse desconforto, ao abafar a área.

Dessa forma, mesmo sem qualquer infecção vaginal, a mulher pode experimentar um aumento no odor vaginal se não mantiver uma higiene adequada. Ao despir-se, a vulva pode apresentar odor devido a essa proliferação de bactérias e suor. Como alternativa, para pacientes com pelos longos, ao invés de depilar, recomenda-se simplesmente cortá-los com tesoura para mantê-los aparados.

infecções urinárias recorrentes podem se agravar e resultar em complicações Imagem: Peakstock | Shutterstock

Tipos de infecções e corrimentos vaginais

A médica reforça que quando não se mantém uma higiene adequada, a mulher pode ficar exposta à contaminação por bactérias provenientes do intestino, o que aumenta o risco de infecções na vagina. Em relação a essas infecções, podem ocorrer infecções urinárias, que exigem o uso de antibióticos.

“Quanto às infecções vaginais, as pacientes podem apresentar corrimento, cuja coloração varia de acordo com o agente causador. Por exemplo, na candidíase, o corrimento é branco e lembra nata de leite; na tricomoníase, de cor amarelada, assemelha-se a pus. Já na vaginose bacteriana, o corrimento é de cor branca ou cinza em pequena quantidade, e a paciente relata um odor desagradável, semelhante ao peixe podre. Além do corrimento, a paciente pode experimentar ardor local e irritação. O tratamento varia conforme a condição diagnosticada”, destaca a Dra. Adriana Campaner.

A longo prazo, essas infecções podem se propagar para o útero, especialmente se ocorrerem repetidamente, o que pode resultar em inflamação das trompas. Se não tratada adequadamente, essa inflamação pode levar à infertilidade ou à dor pélvica. Além disso, infecções urinárias recorrentes podem se agravar e resultar em complicações.

Atenção com as peças íntimas

A atenção à escolha dos tecidos das roupas íntimas é fundamental para a higiene feminina. O algodão, por exemplo, é altamente recomendado devido à sua capacidade de permitir uma melhor circulação de ar, tornando as roupas mais respiráveis. Isso contribui para evitar o acúmulo de sujeira e odor nas peças íntimas.

Optar por tecidos mais confortáveis também reduz os riscos de irritações na pele, especialmente na região genital. Portanto, escolher roupas íntimas feitas de materiais adequados é parte essencial dos cuidados diários com a saúde íntima.

Cuidados durante a menstruação

Intensificar os cuidados durante o período da menstruação é essencial para manter a saúde íntima. Aqui estão algumas recomendações para diferentes tipos de absorvente:

1. Absorventes internos (tampões)

Troque de preferência a cada 4 horas, dependendo do fluxo menstrual; a manutenção do absorvente por muito tempo no meio vaginal pode levar a proliferação bacteriana e risco de infecções.

2. Absorventes externos

Em geral, devem ser trocados a cada 3 a 4 horas, variando de acordo com a intensidade do fluxo.

3. Absorventes reutilizáveis (feitos de materiais laváveis, como pano ou silicone)

As instruções de troca podem variar, mas costumam ser semelhantes às dos absorventes externos descartáveis. Sempre leia as orientações do fabricante.

4. Coletor menstrual

Esvazie de preferência a cada 4 horas, também dependendo da intensidade do fluxo menstrual e das instruções do fabricante. A manutenção do coletor por muito tempo no meio vaginal pode levar a proliferação bacteriana e risco de infecções.

Por Jéssica Silva Cunegundes de Souza





Fonte: Jovem Pan

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