Lula se reúne com Marina Silva no Ibama para discutir possível ação criminosa em queimadas em São Paulo
Autoridades comparam os eventos ao ‘Dia do Fogo’, em que fazendeiros de Novo Progresso (PA) convocaram uma mobilização para queimadas na região em 2019
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspeita que os incêndios que têm assolado o país, sobretudo no interior de São Paulo, tenham sido causados por uma coordenação criminosa. Autoridades comparam os eventos a um novo “Dia do Fogo”, em que fazendeiros de Novo Progresso (PA) convocaram uma mobilização para queimadas na região em 2019. Com as crescentes queimadas no Estado paulista, o presidente Lula se reuniu com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) no Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) na tarde deste domingo (25), em Brasília, para discutir ações de combate aos eventos.
Acompanhavam Lula o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e a primeira-dama Rosângela Silva. Marina afirmou que 31 inquéritos já foram abertos pela Polícia Federal para apurar incêndios supostamente criminosos pelo país. Um deles diz respeito aos fogos em São Paulo, e um segundo também deve ser aberto nos próximos dias referente à mesma região.
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“Trata-se de uma ação criminosa de quem está ateando fogo criminosamente. É uma guerra contra o fogo e contra a criminalidade”, afirmou a ministra. Mais cedo, Marina afirmou em sua conta no X (antigo Twitter) que o governo federal enviou um avião da Forca Aérea Brasileira, o KC-390, para ajudar no combate ao fogo que assola o estado de São Paulo nos últimos dias. A aeronave, contudo, não conseguiu operar por causa do denso nevoeiro de fumaça.
O número de focos de incêndio registrados em agosto no Estado de São Paulo é o maior para qualquer mês nas cidades paulistas desde 1998, quando os registros começaram a ser computados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Marina conversou com o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) na noite deste sábado, 24, para prestar solidariedade e se colocou à disposição para “enfrentarmos conjuntamente essa situação, intensificada pelos fortes ventos e pela seca”.
O governo federal, por meio do Ministério da Defesa, também está enviando aviões para combater o fogo. É importantíssima a decisão do governador de montar uma sala de situação e mobilizar todos os recursos do governo estadual. 4/5
— Marina Silva (@MarinaSilva) August 25, 2024
Governo estadual
Tarcísio, por sua vez, disse neste domingo (25) que o Estado envia ajuda humanitária para desabrigados por causa dos incêndios. “Elas estão em abrigos. Estamos mandando colchões, água, kit de higiene e cestas básicas. Depois, vamos entrar na questão habitação”, afirmou em coletiva de imprensa que ocorreu em Ribeirão Preto, uma das cidades mais afetadas.
O governador, porém, não informou quantas pessoas estão desabrigados ou quantas casas foram danificadas pela onda de incêndios que atinge o interior de São Paulo. Ao todo, são 46 municípios em alerta máximo para queimadas. Tarcísio de Freitas, confirmou também neste domingo (25), a prisão de dois suspeitos por atear fogo em áreas rurais da região de Ribeirão Preto, agravando ainda mais a situação crítica na região, foco de incêndios.
“Nós tivemos ação de criminosos. Ontem (sábado, 24), uma prisão em São José do Rio Preto, hoje de manhã uma prisão em Batatais de um criminoso com passagem pela polícia. Ele estava com gasolina, ateando fogo, querendo agravar a situação. É uma coisa que nós não vamos tolerar”, afirmou o governador, em entrevista coletiva em Ribeirão Preto, avaliando que as ações criminosas se somaram às condições climáticas adversas para piorar os incidentes.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira