Galípolo diz ter sido ‘mal-interpretado’ após falas sobre Selic
Nos últimos dias, mercado financeiro tem observado de perto, também, as declarações do atual presidente do Banco Central, em busca de sinalizações sobre a política de juros
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou ontem (22) que seu discurso recente sobre mudanças na taxa Selic foi mal-interpretado por agentes do mercado, mas que isso não o isentava de receber as críticas que sejam precisas. “Vim agora de uma fala em que me expressei mal e tive uma interpretação inadequada, ainda que tenha repetido várias vezes: Estou reafirmando minha fala anterior”, disse o favorito a ser o próximo presidente do Banco Central, durante evento com alunos da (FGV) Fundação Getulio Vargas, em São Paulo. No mesmo dia, uma declaração de Galípolo durante evento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) mexeu com o mercado financeiro e foi um dos fatores para a de alta de 1,97% do dólar.
Em declaração considerada menos “dura” por agentes do mercado, o diretor do Banco Central disse “discordar respeitosamente” das interpretações de que a instituição ficou em situação difícil em relação aos juros após declarações recentes falas de seus diretores — em especial as dele próprio. “Na minha interpretação, posição difícil para o BC não é ter que subir juros. Posição difícil é inflação fora da meta, que é uma situação desconfortável. Subir juros é uma situação cotidiana para quem está no BC”, afirmou. Nas últimas semanas, o mercado financeiro tem analisado de perto declarações de Galípolo e do atual presidente do Banco Central, em busca de sinalizações sobre a política de juros. Na terça-feira (20) , por exemplo, um aparente desencontro entre os dois gerou alta no dólar.
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O diretor do BC reconheceu aos estudantes que existia uma certa expectativa para entender se as declarações dele manteriam o mesmo tom — declarações dele consideradas mais duras contra a inflação têm levado à interpretação de que haverá subida de juros. Na FGV, Galípolo voltou a afirmar que o Banco Central usaria as ferramentas necessárias para atingir a meta de inflação. “Espero que tenhamos conseguidos deixar claro que, a partir do cenário que temos hoje, a alta de juros está na mesa”, disse.
*Publicado por Marcelo Bamonte