Dólar cai pelo 5º pregão seguido e fecha cotado a R$ 5,48 à espera do Fed
O real parece se beneficiar da perspectiva de ampliação do diferencial de juros interno e externo, na véspera da ‘super quarta’, que deve resultar em alta da Selic e redução da taxa básica norte-americana
No quinto pregão consecutivo de baixa no mercado doméstico, o dólar voltou a fechar abaixo da linha de R$ 5,50 nesta terça-feira (17). Com mínima a R$ 5,4790 à tarde, o dólar à vista fechou em baixa de 0,41%, cotado a R$ 5,4882, o menor valor de fechamento de 23 de agosto (R$ 5,4794). Após a queda nas últimas cinco sessões, a moeda americana já acumula desvalorização de 2,61% em setembro.
O real parece se beneficiar da perspectiva de ampliação do diferencial de juros interno e externo, na véspera da “super quarta”, que deve resultar em alta da Selic e redução da taxa básica norte-americana. Apesar do avanço do retorno dos Treasuries e do dólar em relação a moedas fortes, na esteira de dados acima do esperado de varejo e indústria EUA, as divisas latino-americanas de países de juros altos se apreciaram, com destaque para os pesos colombiano e mexicano.
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O real e seus pares, que apanharam bastante recentemente com desmonte de operações de “carry trade” desencadeado pelo rali do iene, parecem pegar carona na perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai adotar uma postura mais agressiva, inaugurando um processo de alívio monetário com corte da taxa básica em 50 pontos-base.
Um monitoramento do CME Group mostra que as chances de o Fed anunciar na quarta-feira um aumento dos juros em 50 pontos-base se mantêm acima de 60% e chegaram a se aproximar de 70% a despeito de dados mais fortes da economia americana. As vendas no varejo dos EUA subiram 0,1% em agosto na comparação com julho, quando a expectativa era de queda de 0,2%. Já a produção industrial avançou 0,8% em julho, superando as estimativas, que apontavam crescimento de 0,2% no período.
O time do BTG Pactual, comando pelo economista-chefe do banco e ex-secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, prevê que a taxa Selic atinja 12% em janeiro de 2025. Embora um aumento da diferencial de juros interno e externo possa ser benéfico para o real, os economistas do banco observam, em relatório, que uma queda mais forte do dólar por aqui virá apenas com medidas para estancar o crescimento do endividamento público.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicado por Carolina Ferreira