5 perguntas e respostas sobre o colesterol alto
Veja como cuidados com a alimentação e hábitos saudáveis são importantes para manter esse conjunto de gordura sob controle
O Dia Nacional de Combate ao Colesterol, celebrado em 8 de agosto, visa promover a conscientização e a prevenção do colesterol alto, um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. No Brasil, cerca de 4 em cada 10 adultos têm este diagnóstico e mais de um quarto das crianças apresentam níveis elevados, conforme a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
“O colesterol não é apenas um vilão. É um conjunto de gorduras essencial para o correto funcionamento do organismo, mas, quando atinge níveis elevados, pode se tornar um problema sério de saúde”, explica o Prof. Dr. Durval Ribas Filho, nutrólogo, Fellow da Obesity Society FTOS (USA) e Presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
Segundo o médico, o colesterol sob controle é importante para o corpo. “Precisamos dele, mas em equilíbrio, pois desempenha papel importante na composição das estruturas das células do coração, intestino, músculos, pele, fígado, nervos e cérebro, além de atuar na produção de hormônios e formação dos ácidos biliares, que ajudam na digestão das gorduras”, afirma.
Importância da detecção precoce
Para o especialista, é necessário estar alerta, pois o colesterol alto é silencioso, não apresenta sintomas e a única forma de diagnóstico é dosar seus níveis sanguíneos. “É um exame simples de sangue, que deve fazer parte de todo check-up, pois quanto mais cedo se detecta que as taxas não são as recomendadas, aumentam as chances de tratamento”, detalha.
O colesterol alto pode ser determinado por fatores genéticos e ambientais, como hábitos alimentares, sedentarismo e obesidade. Estima-se que 30% deste aumento estão relacionados a uma alimentação inadequada.
“Colesterol fora de controle é sinal de risco, principalmente para o coração, pois pode aumentar as chances de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou infarto. As doenças cardiovasculares são as principais responsáveis pelos óbitos no Brasil”, ressalta o Prof. Dr. Durval Ribas Filho.
Dúvidas sobre o colesterol
A seguir, o Prof. Dr. Durval Ribas Filho responde às principais questões sobre o colesterol. Confira!
1. Colesterol é do bem ou do mal?
É um tipo de gordura que necessita se ligar a uma proteína para ser transportada no sangue. A lipoproteína de baixa densidade é chamada de LDL (Low Density Lipoprotein), conhecida como o “mau colesterol”, que é levado do fígado para os tecidos, o que facilita seu depósito nas paredes das artérias, formando placas que podem causar uma obstrução do fluxo sanguíneo e, consequentemente, doenças cardiovasculares, além de complicações na aorta, demência e derrame cerebral.
A lipoproteína de alta densidade é o HDL (High Density Lipoprotein), chamado de “bom colesterol”, que carrega o colesterol dos tecidos do corpo para o fígado, que o elimina através da bile, em uma “limpeza” do organismo, o que evita o entupimento das artérias. Suas partículas são formadas não só no fígado, como no intestino e na circulação e servem de proteção ao organismo.
2. Pessoas com bons hábitos alimentares e magras podem ter colesterol alto?
Sim, pois as taxas altas também estão associadas a causas genéticas, conhecida como hipercolesterolemia familiar, que leva, na maioria dos casos, a tratamentos farmacológicos.
3. Crianças têm colesterol alto?
Em sua maioria a causa é genética, mas como as crianças estão cada vez mais sedentárias, com longos períodos em frente às telas do computador e celular, tem aumentada a prevalência de sobrepeso e obesidade nesta faixa etária, o que é um fator negativo para o perfil lipídico deste grupo e, também, dos adolescentes. Por isso, a partir dos dois anos é indicado fazer a dosagem.
4. Há como controlar o colesterol ruim?
Uma mudança no estilo de vida pode reduzir de 10% a 15% destas taxas, com dieta adequada e atividade física regular, com uma alimentação rica em frutas, verduras, fibras, menos açúcar, gorduras trans e saturadas, produtos embutidos e industrializados. Estima-se que somente 15% do colesterol sejam provenientes da alimentação. O restante é produzido, principalmente, pelo nosso fígado. A medicação é indicada para inibir esta produção e reduzir os valores no sangue.
5. É possível aumentar o colesterol bom?
Além de adotar um estilo de vida saudável, a prática de exercícios físicos deve ser de alta intensidade e contribuir para se perder peso e, principalmente, a gordura abdominal, pois, após sua produção no fígado, o colesterol é liberado na corrente sanguínea e distribuído para os tecidos, em que pode ser utilizado ou armazenado no tecido adiposo, a camada de gordura abaixo da pele. Na dieta, a recomendação é aumentar o consumo de abacate, nozes, soja, aveia, frutas e legumes.
Por Edna Vairoletti