Boas Práticas

13 doenças comuns após a ocorrência de enchentes


Alagamentos ocorridos no Rio Grande do Sul podem ter impactos na saúde dos moradores

As enchentes no Rio Grande do Sul podem afetar a saúde dos gaúchos As enchentes no Rio Grande do Sul podem afetar a saúde dos gaúchos Imagem: fizkes | Shutterstock

Desde o início do mês de maio, o estado do Rio Grande do Sul tem sido atingido por fortes chuvas. Os alagamentos atingiram 461 municípios e deixaram mais de 540 mil pessoas desabrigadas. A tragédia climática gerou a maior evacuação de casas no Brasil deste século e, além das consequências imediatas à população gaúcha, deve repercutir também a longo prazo sobre a saúde pública do estado e da região, conforme destaca o Dr. Alexandre Pimenta, responsável técnico pela rede AmorSaúde.

A seguir, o médico lista as principais doenças características deste panorama pós-enchentes, assim como os sintomas dessas patologias, sinais de alerta, exames diagnósticos e o tratamento recomendado. Confira!

1. Diarreias agudas

  • Sinais e sintomas de alerta: diarreia líquida frequentemente acompanhada de cólicas abdominais, febre e mal-estar geral.
  • Recomendações: manter uma hidratação adequada para prevenir a desidratação.
  • Tratamento: reposição de líquidos via oral ou intravenosa, evitar alimentos que possam piorar a diarreia e, em casos graves, uso de medicamentos antidiarreicos sob orientação médica.
  • Exames diagnósticos: exame parasitológico de fezes, ultrassom abdome total, eletrólitos, PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), hemograma, sorologia celíaca (transglutaminase IgA tecidual).

2. Febre tifoide

  • Sinais e sintomas de alerta: febre alta, dor de cabeça, dores musculares, diarreia e erupção cutânea rosada.
  • Recomendações: buscar assistência médica ao apresentar sintomas persistentes após enchentes.
  • Tratamento: antibióticos adequados prescritos por um profissional de saúde, repouso e hidratação.
  • Exames diagnósticos: hemograma completo, urocultura, cultura de fezes, ultrassom abdominal.

3. Conjuntivites e infecções oculares

  • Sinais e sintomas de alerta: olhos vermelhos, secreção ocular, coceira e sensibilidade à luz.
  • Recomendações: evitar coçar os olhos e compartilhar objetos de uso pessoal.
  • Tratamento: lavagem ocular com soro fisiológico, uso de colírios prescritos pelo médico e evitar automedicação. Além disso, em alguns casos pode ser necessário antibióticos tópicos, anti-inflamatórios e eventualmente cirurgia.
  • Exames diagnósticos: exame oftalmológico completo.

4. Micoses cutâneas

  • Sinais e sintomas de alerta: manchas avermelhadas ou brancas na pele, coceira intensa e descamação.
  • Recomendações: manter a pele seca e limpa, evitar compartilhar objetos pessoais e procurar ajuda médica se a lesão persistir.
  • Tratamento: antifúngicos tópicos ou orais prescritos por um dermatologista, além de medidas de higiene e cuidado com a pele.
  • Exames diagnósticos: exame direto e cultura de raspado de pele.

5. Ansiedade e estresse pós-traumático

  • Sinais e sintomas de alerta: sentimentos de medo, nervosismo, insônia, flashbacks de eventos traumáticos, entre outros.
  • Recomendações: buscar apoio psicológico em caso de necessidade.
  • Tratamento: terapia psicológica, suporte emocional e, se necessário, prescrição de medicamentos psicotrópicos sob supervisão médica.
  • Exames diagnósticos: Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Escala de Ansiedade de Hamilton (HAM-A), Escala de Ansiedade de Zung (ZAS) e Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar (HADS). Mapa 24 horas, TSH (hormônio tireoestimulante) e t4 livre.

6. Leptospirose

  • Sinais e sintomas de alerta: febre alta, mialgia, dor abdominal, conjuntivite, erupção cutânea, sintomas respiratórios, meningite e insuficiência renal.
  • Recomendações: se possível, evitar o contato com lama e água de enchentes; em casos de exposição, buscar assistência médica relatando exposição.
  • Tratamento: buscar assistência médica para uso de antibióticos como a doxiciclina e penicilina.
  • Exames diagnósticos: sorologia para detecção de anticorpos, cultura de sangue e urina.
A hidratação é uma forma de tratar a gastroenterite infecciosa Imagem: Pixel-Shot | Shutterstock

7. Gastroenterite infecciosa

  • Sinais e sintomas de alerta: diarreia, náuseas, vômitos, dor abdominal, febre, dor muscular e desidratação.
  • Recomendações: em imunossuprimidos, podem existir complicações mais sérias, como desidratação grave, perda significativa de eletrólitos e infecções secundárias.
  • Tratamento: hidratação oral de água potável, repouso e, em alguns casos, antibióticos específicos.
  • Exames diagnósticos: exames de fezes para detecção de agentes infecciosos.

8. Dengue

  • Sinais e sintomas de alerta: febre alta súbita, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor retro-orbitária, fadiga, fraqueza, náuseas, dor abdominal, dor muscular, desidratação, vômitos, sangramentos.
  • Recomendações: é importante estar atento aos sinais de alarme e classificação de risco. Ingesta hídrica recomendada.
  • Tratamento: repouso, hidratação e controle de sintomas.
  • Exames diagnósticos: testes sorológicos para detecção de antígenos e anticorpos.

9. Hepatite A

  • Sinais e sintomas de alerta: fadiga, febre, náuseas, vômitos, dor abdominal, inapetência, icterícia, urina escurecida, coceira de pele, artralgia.
  • Recomendações: calendário vacinal completo, se possível evitar o contato com lama e água de enchentes. Em casos de exposição, buscar assistência médica relatando exposição.
  • Tratamento: cuidados de suporte e repouso, sem terapia antiviral específica.
  • Exames diagnósticos: dosagem de enzimas hepáticas e teste de anticorpos.

10. Tétano

  • Sinais e sintomas de alerta: rigidez muscular, espasmo muscular, sintomas respiratórios, sudorese excessiva, febre, hipertensão arterial e taquicardia.
  • Recomendações: é uma doença grave e potencialmente fatal caso não tratada, e a melhor prevenção é a vacina. Sempre que exposto, busque assistência médica.
  • Tratamento: vacina antitetânica e imunoglobulina antitetânica.
  • Exames diagnósticos: diagnóstico baseado em história clínica e exame físico.

11. Infecções respiratórias agudas

  • Sinais e sintomas de alerta: congestão nasal, coriza, tosse, dor de garganta, febre, cefaleia, calafrios, sudorese, inapetência, mal-estar geral.
  • Recomendações: a higienização correta das mãos é uma medida de suma importância para controle.
  • Tratamento: buscar assistência médica para uso de antibióticos em casos selecionados e terapia de suporte.
  • Exames diagnósticos: exame clínico e exame de secreções respiratórias.

12. Otoinfecções

  • Sinais e sintomas de alerta: otalgia, febre, drenagem de fluidos, dificuldade auditiva, sensação de pressão no ouvido e irritabilidade.
  • Recomendações: se não tratadas, podem causar danos permanentes ao ouvido médio e interno.
  • Tratamento: buscar assistência médica para uso de antibióticos, analgésicos e medidas locais.
  • Exames diagnósticos: exame otoscópico.

13. Dermatites de contato

  • Sinais e sintomas de alerta: coceira, eritema, edema, formação de bolhas, descamação ou crostas, sensação de queimação, dor, pele áspera e lesões cutâneas.
  • Recomendações: a higienização correta das mãos é uma medida de suma importância para controle.
  • Tratamento: evitar o agente causador, corticosteroides tópicos.
  • Exames diagnósticos: diagnóstico baseado em história clínica e exame físico.

Por Milena Almeida





Fonte: Jovem Pan

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *